Desvantagem na batalha do trânsito
Pela estatística do Hugo, é possível ver que a metade dos motociclistas acidentados, 2.107, circulavam no veículo a passeio. A outra metade se divide entre pessoas que faziam trajeto para o trabalho, 1.667, ou durante o serviço, 1.053.
Com 1.311 pacientes, os ocupantes de veículos aparecem em segundo lugar no total de vítimas de acidentes que passaram pelo Hugo, o equivalente a 17,19% dos atendimentos. O terceiro tipo de acidente de trânsito que mais levou vítimas à unidade de referência em grandes traumas foi o atropelamento, com 889 pessoas (11,66%), seguido dos ciclistas, com 477 (6,25%).
Em relação às mortes, os motociclistas correspondem a 47,56% do total de vítimas de acidentes mortas no hospital, com 117 pessoas. Foram 15 em janeiro, 9 em fevereiro, 12 em março, 19 em abril, 11 em maio, 19 em junho, 8 em julho, 10 em agosto, 14 em setembro. Uma média é de 13 mortos por mês.
Em segundo lugar aparecem os atropelados, com 66 pacientes que não resistiram aos ferimentos (26,83%). Em terceiro, os acidentados de carro, com 48 pessoas (19,51%). Em quarto, aparecem os ciclistas, com 13 vítimas (5,28%).
O Hugo é referência em atendimento às vítimas de acidentes de trânsito e violência. A unidade atende pacientes politraumatizados de todo o Estado. O diretor-geral do hospital, Ciro Ricardo de Castro, faz uma comparação da situação das vítimas de acidentes de carro com os acidentados sobre duas rodas. Enquanto os carros possuem o cinto, e os mais modernos contam com airbags, e uma carcaça de proteção, o motociclista encontra-se vulnerável.
Castro também usa a cinemática, ciência que estuda o movimento dos corpos, para explicar as estatísticas. “Um acidente de carro, para causar politraumatismo, é preciso que veículo esteja em alta velocidade ou sofra uma colisão frontal, onde há um somatório das velocidades dos dois veículos. Mas um acidente de moto, mesmo uma queda ou derrapagem, teoricamente de menor de impacto, podem causar traumas.”
Mesmo o capacete, único equipamento de segurança do motociclista, tem uma efetividade limitada, de acordo com Castro. “Quando a moto colide contra um poste ou paredão de concreto, acontece de o capacete não conseguir impedir o traumatismo crânioencefálico”, explica. Mas o equipamento deve ser usado para, em casos de quedas, proteger a cabeça do impacto. (Fonte: “O Popular”)