Especialista ensina como escolher a carreira ideal

Ter autoconhecimento e não romantizar a realidade são pontos fundamentais, orienta coordenadora do Sesc e Senac Goiás

“Não sei” é a primeira coisa que vem à cabeça quando você pensa em sua vida profissional? Nossa equipe conversou com a coordenadora pedagógica do Sesc e Senac Goiás, Valéria Barros Costa, e ela ensinou passos importantes para quem precisa se decidir.

Escolher uma carreira é sempre um desafio. Para os mais jovens, a imaturidade e a pouca vivência de mundo influenciam. “O pouco conhecimento acerca de todos os fatores que estão além daquele pequeno grupo familiar ou escolar que os alunos pertencem”, explica Valéria. Já para um adulto que está inserido no contexto profissional e resolve mudar de carreira, a coordenadora destaca problemas como a questão financeira e a mudança de paradigmas de pensamentos.

Independente do momento, seja ele cronológico ou emocional, a rede de apoio se destaca como algo importante que reflete diretamente na forma como a pessoa vai realizar suas escolhas. “Essa influência pode ser positiva, no sentido de favorecer uma amplitude da forma de pensar o mundo, como também pode ser negativa, que no caso cercearia, limitaria essas escolhas e a pessoa pode acabar fazendo escolhas não sustentadas nos seus interesses, mas sim nas expectativas dos outros”, ressalta Valéria Barros.

Passos para escolher a carreira

O primeiro passo para escolher uma carreira profissional, independente se for um jovem recém-saído do Ensino Médio ou um adulto que queira mudar de área, é investir em autoconhecimento para identificar os assuntos de interesse. “Quanto mais e melhor conhecemos sobre nós mesmos, mais e melhor estaremos convictos daquilo que é realmente interesse, daquilo que realmente vai nos trazer satisfação”, explica Valéria.

Para a profissional, podemos considerar uma boa escolha de carreira quando é possível aliar satisfação e busca de recurso material. “Por isso”, destaca a coordenadora, “quanto mais eu me conheço, quanto mais conheço o mundo que me cerca, melhores estratégias eu tenho para articular essas duas coisas: minha satisfação pessoal e a forma de adquirir meios de sobrevivência.”

O segundo passo é voltado àqueles que desejam mudar de profissão. O que fazer neste caso? ‘Nunca é tarde para recomeçar’, quem nunca ouviu essa frase? Ela pode ser uma forte motivação, mas Valéria pondera: “é preciso cuidado para não romantizar uma realidade que nem sempre é possível.” Sendo assim, o segundo passo é avaliar o contexto, levando em consideração todas as condições para uma transição de carreira.

“Você tem condições em retomar do zero? Você tem uma estrutura financeira que te permite recomeçar? Você tem uma estrutura emocional que vai garantir que você realmente comece de novo? Você tem tempo? Esses fatores precisam ser analisados para que uma decepção ou uma ideia de não atendimento dos seus objetivos iniciais não se concretize como uma situação de fracasso. É importante analisar todos esses fatores de uma forma muito realista”, orienta a coordenadora.

Mundo do trabalho X Mercado de trabalho

Outro ponto de atenção é compreender a diferença entre o mundo do trabalho e mercado de trabalho. Valéria explica que o mundo do trabalho se refere a todas as atividades que assumimos e desenvolvemos durante a vida, independente se essas atividades geram ou não renda. “Esse é o mundo do trabalho, porque o trabalho é uma atividade humana”, esclarece.

Já o mercado de trabalho é aquilo que a sociedade demanda, que a sociedade exige e que gera, necessariamente, renda.

“Articular essas duas dimensões, o mundo do trabalho e o mercado de trabalho, pode gerar ansiedade e ser complicado. E começar ou recomeçar uma carreira profissional diante de uma situação em que existe uma incompatibilidade entre esses dois universos precisa ser analisado de uma forma muito prática, consciente e menos romantizada”, observa.

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