Fantástico mostra caso de padre suspeito de ser funcionário fantasma na Assembleia de Goiás
MP pediu a devolução dos salários referentes aos 20 anos, num total de R$ 3 milhões
O caso do padre Luiz Augusto Ferreira da Silva, suspeito de ser funcionário fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás há mais de 20 anos, ganhou repercussão nacional após reportagem do programa Fantástico, da rede Globo, exibida na noite deste domingo (7).
Segundo a reportagem, o padre foi acusado formalmente na última semana pelo Ministério Público de ter recebido mais de R$ 3 milhões de salário ao longo de duas décadas, sem trabalhar. “Achei absolutamente condenável do ponto de vista ético esta postura do padre, que prega ética”, diz Fernando Krebs, promotor de Defesa do Patrimônio Público.
O padre se defende e afirma que não cumpria atividades internas porque sua função era desenvolver trabalhos e obras sociais. “Não tem nada de ilegal nesta situação”, contesta padre Luiz. Os vencimentos do padre correspondem a R$ 11,8 mil que, subtraídos os descontos, gira em torno de R$ 7,9 mil. O MP pediu a devolução dos salários.
Além do caso do padre, a reportagem mostrou também outros casos de funcionários irregulares nas Assembleias estaduais de todo o Brasil. Em Goiás, segundo o Fantástico, existem 2,4 mil cargos de confiança distribuídos entre os 41 deputados. O procurador-geral de Justiça de Goiás Lauro Nogueira explica que era oferecida a essas pessoas a vantagem de ter um cargo sem precisar dar expediente. “Eram contratadas da Assembleia, mas com a obrigação de uma vez por mês devolver o dinheiro”, declara.
(Foto: Ronaldo Henrique)
(ohoje)
