Marconi defende reforma política
O governador Marconi Perillo (PSDB) criticou ontem o atual sistema político brasileiro, para o qual defendeu ampla reforma, com a unificação das eleições federais, estaduais e municipais – para Executivo e Legislativo–, a ampliação dos mandatos para cinco anos e, consequentemente, o fim da reeleição. As afirmações foram feitas durante entrevista coletiva após a solenidade de formatura de 330 novos policiais do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (Simve) e entrega de novas viaturas e equipamentos para a corporação.
“Em minha opinião, é uma anomalia no Brasil ter eleições a cada dois anos”, disse o governador, quando perguntado sobre sua postura em relação às eleições municipais do ano que vem, quando serão escolhidos novos prefeitos e vereadores. Marconi sinalizou que, pelo menos neste ano, não vai interferir nas articulações internas da base aliada para a escolha dos candidatos a prefeito – caso de Goiânia, disputa por lideranças expressivas do PSDB, com destaque para o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón.
“Vou cuidar exclusivamente este ano do governo, não vou dar uma opinião sobre eleição (à Prefeitura de Goiânia)”, avisou. A questão, na verdade, fez sobressair um tema que incomoda o governador. “Não dá tempo nem de trabalhar”, disse Marconi, ao argumentar que mal começa o governo e uma nova eleição toma conta das preocupações políticas, que contaminam as administrações.
“Não há nada para tumultuar mais a vida de um país, de um Estado, do que ter eleição a toda hora”, desabafou o governador. Afinal, trabalhar é preciso. “Tem de ter tempo para empreender as ações, os planos de governo, cuidar da população”, afirmou Marconi, ao apontar soluções: “Se depender de mim, teria uma eleição só a cada cinco anos e talvez até sem reeleição”.
Marconi vai além. “Acho que teríamos de unificar as eleições no País. Fica mais barato para todo mundo e dá mais tempo para as pessoas que estão nos comandos realizarem suas metas e seus trabalhos.” O governador tem dito que a reforma política é urgente e que a unificação dos pleitos é fundamental para o bom andamento das administrações e para a celebração de parcerias entre as diferentes esferas de governo. Além disso, a unificação baratearia o custo das campanhas e da própria realização do pleito.
O governador falou sobre a reforma política após a solenidade de formatura de 330 policiais do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (Simve) e entrega de 85 viaturas modelo Ford Ranger e de equipamentos para o Batalhão Florestal. As novas viaturas serão destinadas às unidades especializadas: Rotam, Bope, Code, GPT, Choque, Graer, entre outros.
Durante a solenidade, o governador abordou outra reforma que ele tem defendido com veemência, a do Código Penal e a participação efetiva do governo da União nos investimentos em segurança pública. O governador disse que a decisão do Estado de priorizar o combate à criminalidade, com investimentos na ampliação do efetivo das polícias e em inteligência, está surtindo os resultados esperados.
Segundo o governador, no ano passado Goiás conseguiu estabilizar os homicídios no Estado e pela primeira vez conseguiu diminuir o percentual de homicídios. “E vamos trabalhar duro para que neste ano não só os indicadores de homicídios, mas também os outros indicadores possam melhorar, para que a população tenha a certeza de maior segurança”, disse, ao defender mudanças na Lei de Execução Penal, no Código Penal, “que acaba facilitando a vida de quem comete crimes”. Na visão de Marconi, a polícia prende e a Justiça solta por conta de uma “legislação frouxa”.
Fonte: DM