“Não pretendo caminhar com PT em nenhuma circunstância”, diz Cunha
O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), afirmou, ontem, em Goiânia, que não pretende caminhar junto ao PT e defendeu rompimento da aliança entre o seu partido e os petistas, já estremecida no governo federal. “Eu não pretendo caminhar com o PT em nenhuma circunstância, em nenhuma aliança. A minha posição pessoal é de distanciamento do PT. Eu estou distante do PT e quero a cada dia que passa ficar mais, até porque a sociedade está de certa forma rejeitando o PT por causa desse tipo de comportamento”, declarou Cunha, em entrevista coletiva, após o 14º Encontro Regional do PTB, realizado na Câmara Municipal de Goiânia.
O presidente da Câmara Federal disse ainda que não acredita que PMDB e PT mantenham a aliança para o próximo pleito eleitoral nacional, de 2018. “Eu não vejo nenhuma possibilidade de meu partido marchar junto com o PT em 2018. Não adianta você ficar como aliado a quem você agride constantemente. É melhor se separar.”
Eduardo Cunha acusou o PT de usar discursos, na tribuna do Congresso Nacional, para agredi-lo. “O PT vive de agressão, tem tido uma tática de agressão. Eu estou cansado de ser agredido pelo PT já faz tempo. A relação com o PT não está boa com ninguém, nem com a sociedade, nem com seus partidos aliados”, criticou.
PMDB em Goiânia
Questionado se o PDMB deve lançar candidato nas eleições municipais de 2016, incluindo na capital goiana, hoje administrada por PT, mas que abriga o PMDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, declarou que é “sempre favorável” à chapa pura. “Eu sou a favor do lançamento de chapa pura pelo PMDB em tudo quanto é lugar, sempre quando possível. É claro que cada lugar tem a sua peculiaridade regional, a sua aliança regional. Mas time que não joga não tem torcida”, disse.
Reforma política
A reforma política que passa por votação no Congresso Nacional também foi abordada por Eduardo Cunha. Ele justificou que as mudanças mais profundas no sistema político-eleitoral brasileiro têm sido rejeitadas, porque não correspondem aos interesses dos próprios parlamentares. “Ela não está saindo a gosto pessoal de quem quer que seja. Se a decisão que está saindo não agrada, é porque a maioria da Casa decidiu desse jeito. Na prática, a decisão que a maioria está tomando é de se manter o que está. Significa que estão contentes com o modelo que está”, afirmou.
O presidente da Câmara Federal disse ainda que a votação colocará fim à “hipocrisia de ficar pregando mudança, quando na realidade, na hora de votar, ninguém vota”. “É importante para a gente tirar esse tema da agenda, vencer essa barreira de em toda campanha eleitoral ficar todo mundo pedindo reforma, e na prática ninguém quer reforma nenhuma.”
(dm)